Viajar é uma das experiências mais emocionantes da vida, até você se deparar com a realidade dos aeroportos.
O
dia começa com aquela adrenalina gostosa: você acorda mais cedo do que
gostaria, como se estivesse indo para um exame importante. A primeira
missão é garantir que tudo esteja na mala. Você checa e re-checa:
passaporte? Check. Bilhetes? Check. O carregador do celular? Ah, essa é
sempre uma questão delicada. E, claro, você leva um livro. Não porque
vai ler, mas porque viajar sem um livro dá a impressão de que você é uma
pessoa despreparada.
Chegando
ao aeroporto, você percebe que está em um microcosmos da sociedade. A
fila do check-in é uma verdadeira competição. O “Senhor que Não Lê as
Instruções” está tentando entender como funciona o autoatendimento,
enquanto a “Mãe com Crianças” tenta manter a calma enquanto seus filhos
são verdadeiros pequenos furacões. A tensão no ar é palpável. Você se vê
envolvido em um drama da vida.
Depois
de atravessar o check-in, você chega à segurança, onde a experiência se
transforma em um verdadeiro filme de ação. Você tira o cinto, os
sapatos, a jaqueta e, por último, a dignidade. Enquanto isso, o “Tio do
Laptop” tenta passar com sua imensa mochila que poderia facilmente ser
confundida com uma mala de viagem. Ele se estica como um contorcionista,
tentando encaixar tudo na esteira, enquanto você se pergunta se ele
realmente precisa de todas aquelas coisas.
Ufa!
Finalmente, você chega ao portão de embarque. Mas aí é que a variedade
de personagens da aventura que ainda está por vir, que você participa,
se faz presente. Há o “Viajante Frequente”, que já conhece todos os
atendentes pelo nome e parece ter um passaporte com mais carimbos do que
alguns países têm. Em contraste, a “Turista Desavisada” está olhando
confusa para o painel de voos, como se tentasse decifrar um enigma.
O
momento do embarque é um espetáculo à parte. Após o chamado para os
passageiros da primeira classe, a fila começa a se formar. Você
rapidamente se dá conta de que as pessoas têm uma habilidade incrível em
ignorar as instruções. O “Apressado” se junta à fila, como se estivesse
prestes a perder o voo, enquanto o “Sabichão” já começa a abrir a bolsa
e a procurar algo, mesmo antes de ser chamado. A cena é digna de um
filme.
Dentro
do avião, a verdadeira aventura começa. Você encontra seu assento, e lá
está o “Companheiro de Viagem” ao seu lado, que parece ter uma
habilidade inata para invadir o seu espaço pessoal. Ele ocupa o braço do
assento como se estivesse reivindicando território, e você se pergunta
se deveria ter trazido uma bandeira para marcar seu território. Ao seu
redor, a “Mãe com Bebê” tenta acalmar seu filho, enquanto ele se
transforma em um pequeno maestro, regendo uma sinfonia de choros.
Assim
que o avião decola, você sente aquela leve turbulência que faz seu
estômago dançar uma valsa. “Nada como um pouco de adrenalina”, você
pensa. Mas logo percebe que a turbulência não é nada em comparação com a
“Comida do Avião”. O “Menu Gourmet” oferecido a bordo é uma combinação
de ingredientes que você nunca soube que existiam. O cheiro é uma
mistura de mistério e aventura, e você se pergunta se deveria mesmo
experimentar. Mas, claro, você se arrisca e acaba numa jornada
gastronômica que pode ser descrita como uma “experiência de sabores”.
Enquanto
isso, o “Passageiro do Fundão” tenta se levantar para ir ao banheiro no
meio da turbulência. Ele se equilibra como um acrobata do circo, e você
está prestes a aplaudir sua performance. Quando consegue chegar ao
banheiro, a porta se fecha, e você se pergunta se ele vai voltar.
A viagem continua.
Você
tenta assistir a um filme, mas o “Cinéfilo Ao Lado” está comentando
cada cena como se estivesse assistindo a um clássico. “Olha, essa parte é
ótima, mas você já viu a versão original?” A cada frase, você se
pergunta se deve rir ou chorar. E quando você finalmente consegue
desligar-se do mundo externo e se concentrar na tela, o avião começa a
balançar novamente. Você se agarra com unhas e dentes à poltrona como se
fosse um salva-vidas em um naufrágio.
Após
horas, finalmente, a aterrissagem se aproxima. Você sente uma mistura
de alívio e cansaço. O avião toca o solo, e você aplaude — não porque é
uma prática comum, mas porque a sobrevivência merece ser celebrada. Ao
desembarcar, você observa as pessoas se espremendo para pegar as malas,
como se houvesse um prêmio para quem conseguir primeiro.
Assim,
ao deixar o aeroporto, você percebe que viajar é uma experiência cheia
de altos e baixos, risadas e percalços. A comédia da vida se desenrola
em cada esquina, e, apesar das aventuras e desventuras, você sabe que
cada viagem traz histórias para contar.
Fontes
José Feldman. Labirintos da vida. Maringá/PR:Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing
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