Certa manhã, Dona Elda decidiu que era hora de modernizar a horta. Após ver um comercial sobre um robô ajudante, ela teve uma ideia.
— Lelé, vamos comprar aquele robô que faz tudo na horta! — anunciou, animada.
— Robô? E ele vai fazer o meu trabalho? — Lelé perguntou, com uma sobrancelha levantada.
— Exatamente! Ele vai ajudar a plantar, regar e até colher! — respondeu Elda, sonhando com a eficiência do robô.
Depois de algum convencimento, ele concordou e, em poucos dias, o robô chegou. Era um modelo prateado, com braços mecânicos e um visor que piscava.
— Olá, sou o Roborta 3000! — anunciou a máquina, com uma voz robótica. — Pronto para ajudar!
— Uau! Ele fala! — disse Lelé, surpreso.
— Vamos começar! — disse Elda, empolgada. — Roborta, plante os tomates!
— Iniciando plantio de tomates... — respondeu o robô, enquanto começava a cavar buracos perfeitamente simétricos.
Lelé, que estava observando, decidiu dar uma ajuda.
— Olha, Roborta, você precisa colocar a semente assim... — começou a explicar, gesticulando.
— Ajustando para método humano... — disse o robô, enquanto mudava o padrão de plantio para um estilo mais bagunçado, quase como Joaquim fazia.
Elda riu.
— Ele está te imitando, Lelé!
Enquanto isso, o robô começou a regar a horta, mas com tanta água que as cenouras quase se afogaram.
— Opa! — exclamou Lelé. — Não é assim que se rega!
— Ajustando para rega eficiente... — disse o Roborta, que, em vez de diminuir a pressão, aumentou ainda mais.
Cerca de cinco minutos depois, a horta se transformou em um verdadeiro lago.
— Roborta, pare! — gritou Elda, mas o robô estava concentrado demais.
Finalmente, Lelé, rindo, correu até o robô e desligou-o.
— O que foi que você fez, Roborta? Agora temos uma horta aquática! — disse, olhando as cenouras submersas.
— Desculpe, erro de programação! — disse o robô, com um tom quase envergonhado.
Depois de limpar a bagunça, Elda teve uma ideia.
— Vamos testar a colheita! Roborta, colha os tomates!
— Iniciando colheita de tomates... — o robô respondeu, pegando os tomates com precisão.
— Olha como ele faz! — Elda estava animada.
Mas, assim que o robô terminou, ele começou a colocar os tomates em uma pilha que crescia descontroladamente.
— Roborta, não! Cuidado com a pilha! — gritou Lelé, mas era tarde demais. Os tomates rolaram e se espalharam por toda a horta.
— Erro de cálculo! — disse o robô, enquanto tentava pegar os tomates que escapavam.
— Lelé, acho que precisamos de um novo plano. O que você acha de um robô que não se comporte como você? — Elda brincou.
— Ou um que não tenha essa ideia de "bagunça organizada"! — ele riu.
No final do dia, apesar da confusão, o casal percebeu que o Roborta trouxe risadas e novas histórias para contar.
— Talvez a tecnologia não seja tão perfeita assim! — disse Elda, olhando para o robô.
— Mas pelo menos nos divertimos! — respondeu Lelé, enquanto ambos começavam a recolher os tomates espalhados.
E assim, na horta, entre risadas e imprevistos, Dona Elda e Seu Lelé descobriram que, às vezes, um ajudante robô pode ser mais divertido do que eficiente!
Fontes:
José Feldman. Peripécias de um jornalista de fofocas & outros contos. Maringá/PR: Plat.Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul, 2025.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing
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