domingo, 18 de maio de 2025

O Ajudante Robô na Horta


Certa manhã, Dona Elda decidiu que era hora de modernizar a horta. Após ver um comercial sobre um robô ajudante, ela teve uma ideia.

— Lelé, vamos comprar aquele robô que faz tudo na horta! — anunciou, animada.

— Robô? E ele vai fazer o meu trabalho? — Lelé perguntou, com uma sobrancelha levantada.

— Exatamente! Ele vai ajudar a plantar, regar e até colher! — respondeu Elda, sonhando com a eficiência do robô.

Depois de algum convencimento, ele concordou e, em poucos dias, o robô chegou. Era um modelo prateado, com braços mecânicos e um visor que piscava.

— Olá, sou o Roborta 3000! — anunciou a máquina, com uma voz robótica. — Pronto para ajudar!

— Uau! Ele fala! — disse Lelé, surpreso.

— Vamos começar! — disse Elda, empolgada. — Roborta, plante os tomates!

— Iniciando plantio de tomates... — respondeu o robô, enquanto começava a cavar buracos perfeitamente simétricos.

Lelé, que estava observando, decidiu dar uma ajuda. 

— Olha, Roborta, você precisa colocar a semente assim... — começou a explicar, gesticulando.

— Ajustando para método humano... — disse o robô, enquanto mudava o padrão de plantio para um estilo mais bagunçado, quase como Joaquim fazia.

Elda riu.

— Ele está te imitando, Lelé!

Enquanto isso, o robô começou a regar a horta, mas com tanta água que as cenouras quase se afogaram.

— Opa! — exclamou Lelé. — Não é assim que se rega!

— Ajustando para rega eficiente... — disse o Roborta, que, em vez de diminuir a pressão, aumentou ainda mais.

Cerca de cinco minutos depois, a horta se transformou em um verdadeiro lago.

— Roborta, pare! — gritou Elda, mas o robô estava concentrado demais.

Finalmente, Lelé, rindo, correu até o robô e desligou-o.

— O que foi que você fez, Roborta? Agora temos uma horta aquática! — disse, olhando as cenouras submersas.

— Desculpe, erro de programação! — disse o robô, com um tom quase envergonhado.

Depois de limpar a bagunça, Elda teve uma ideia.

— Vamos testar a colheita! Roborta, colha os tomates!

— Iniciando colheita de tomates... — o robô respondeu, pegando os tomates com precisão.

— Olha como ele faz! — Elda estava animada.

Mas, assim que o robô terminou, ele começou a colocar os tomates em uma pilha que crescia descontroladamente. 

— Roborta, não! Cuidado com a pilha! — gritou Lelé, mas era tarde demais. Os tomates rolaram e se espalharam por toda a horta.

— Erro de cálculo! — disse o robô, enquanto tentava pegar os tomates que escapavam.

— Lelé, acho que precisamos de um novo plano. O que você acha de um robô que não se comporte como você? — Elda brincou.

— Ou um que não tenha essa ideia de "bagunça organizada"! — ele riu.

No final do dia, apesar da confusão, o casal percebeu que o Roborta trouxe risadas e novas histórias para contar.

— Talvez a tecnologia não seja tão perfeita assim! — disse Elda, olhando para o robô.

— Mas pelo menos nos divertimos! — respondeu Lelé, enquanto ambos começavam a recolher os tomates espalhados.

E assim, na horta, entre risadas e imprevistos, Dona Elda e Seu Lelé descobriram que, às vezes, um ajudante robô pode ser mais divertido do que eficiente!

Fontes: 
José Feldman. Peripécias de um jornalista de fofocas & outros contos. Maringá/PR: Plat.Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul, 2025.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing

sábado, 17 de maio de 2025

Um Parque de Diversões não muito divertido

Era uma tarde ensolarada quando Seu Jorge decidiu levar seus dois filhos, Lucas e Ana, ao parque de diversões. Ele havia prometido isso há semanas, mas, para ser sincero, não estava tão animado quanto eles.

Lucas: — Papai, vamos no trem fantasma primeiro?

Ana: — Não! Eu quero ir na roda-gigante!

Seu Jorge: — (pensando) Roda-gigante… tudo bem. Vamos começar por lá.

Ao chegarem, as crianças ficaram deslumbradas com as luzes e os sons do parque.

Ana: — Olha, papai! A roda-gigante é enorme!

Lucas: — E as montanhas-russas! Vamos nelas depois?

Seu Jorge: — (sorrindo nervosamente) Primeiro a roda-gigante, então. Isso é… tranquilo.

Depois de uma longa fila, eles finalmente subiram na roda-gigante. Enquanto subiam, Lucas estava radiante, mas Seu Jorge começou a suar frio.

Lucas: — Olha, papai! Estamos lá em cima!

Seu Jorge: — (engolindo em seco) Sim, muito alto… Lindo, não é?

Quando chegaram ao topo, Lucas estava extasiado, mas Seu Jorge olhava para baixo, imaginando o que aconteceria se ele caísse.

Lucas: — Papai, olha a vista!

Ana: — (pulando de alegria) É incrível!

Seu Jorge: — (murmurando) Incrível… sim… muito bom…

Assim que desceram, Lucas estava pulando de alegria, enquanto Seu Jorge respirava aliviado, pensando “Nunca mais quero ir na roda-gigante!”

Ana: — Vamos no algodão-doce!

Seu Jorge: — (suspirando) Algodão-doce é bom. Vamos lá!

Na barraca de doces, Seu Jorge pediu um algodão-doce gigante e dois sorvetes.

Vendedor: — Isso vai te custar caro!

Seu Jorge: — Caro?  Porque? É só açúcar!

Vendedor: — Exatamente! E açúcar custa caro!

Enquanto pagava, Lucas e Ana estavam distraídos com um palhaço que fazia malabarismos.

Lucas: — Papai, eu quero aprender a fazer isso!

Seu Jorge: — Primeiro, você precisa de um pouco de prática… e coragem!

Com as guloseimas em mãos, foram para a área de jogos. Seu Jorge decidiu tentar a sorte em um jogo de arremesso de argolas.

Seu Jorge: — Vou ganhar um prêmio para vocês!

Ele arremessou as argolas, mas errou todas.

Ana: — Papai, você não sabe jogar!

Lucas: — Deixa eu tentar!

Lucas pegou as argolas e, com toda a sua força, lançou uma. Acertou em cheio, mas não foi na garrafa, foi na cara do homem da barraca.

Lucas: — O que foi isso? Eu só queria ganhar um urso!

Homem da barraca: — E eu tenho cara de urso?

Seu Jorge: — Desculpe, senhor. Vamos tentar mais uma vez, mas tenta não acertar este senhor… quem sabe?

Após várias tentativas, conseguiram ganhar um pequeno peixinho de pelúcia.

Ana: — Que lindo! Vamos dar um nome a ele!

Lucas: — Que tal “Nemo”?

Ana: — Não, “Peixinho Alegre”!

Lucas: — “Peixinho Alegre” é ótimo! Agora, que tal uma volta na montanha-russa?

Os olhos de Seu Jorge se arregalaram.

Seu Jorge: (pensando) Montanha-russa… será que eu consigo?

Lucas: — Papai, vem com a gente!

Relutante, Seu Jorge decidiu acompanhar os filhos. Ao subir na montanha-russa, seu coração estava batendo mais rápido do que o trem.

Ana: — Isso vai ser incrível!

Lucas: — Vamos gritar juntos!

Quando o trem começou a descer, Seu Jorge gritou mais alto do que todos, enquanto Lucas e Ana riam.

Seu Jorge: (gritando) Isso é uma loucura!

Ao final do passeio, Lucas e Ana estavam gritando de alegria, mas Seu Jorge estava mais pálido que um avental de médico.

Lucas: — Papai, você gostou?

Seu Jorge: — (ofegante) Gostei… um pouco… talvez… nunca mais!

Ana: — Vamos de novo!

Seu Jorge: — (com um sorriso forçado) Sério????

Lucas: — Que tal outra roda-gigante?

Após mais algumas voltas na roda-gigante, finalmente era hora de ir para casa. As crianças estavam exaustas, mas cheias de alegria.

Seu Jorge: — E então, o que vocês acharam do dia?

Lucas: — Foi o melhor dia de todos!

Ana: — Podemos voltar no próximo fim de semana?

Seu Jorge: — (sorrindo) Claro! Desde que a gente evite a montanha-russa…

Os três riram juntos enquanto caminhavam para o carro, já planejando novas aventuras, e Seu Jorge pensava que, apesar do medo, o sorriso dos filhos valia cada grito e cada centavo gasto.

Fontes: 
José Feldman. Peripécias de um jornalista de fofocas & outros contos. Maringá/PR: Plat.Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing  

quarta-feira, 7 de maio de 2025

E-book Labirintos da Vida

  

Quero compartilhar meu e-book intitulado "Labirintos da Vida". Com 177 páginas e 51 contos e crônicas, a obra explora temas profundos como o abandono de idosos e de pets, a solidão, a compaixão e o amor incondicional.

As narrativas buscam refletir sobre a luta por dignidade em meio às adversidades da vida, trazendo à tona histórias que tocam o coração. Acredito que você encontrará momentos de reflexão e conexão em cada página.

Ficaria muito feliz se você pudesse dar uma olhada e compartilhar suas impressões.

Enviei cerca de 150 e-mails com o e-book, se não recebeu baixe-o no link
 

abraços fraternos,
José Feldman

O Ajudante Robô na Horta

Certa manhã, Dona Elda decidiu que era hora de modernizar a horta. Após ver um comercial sobre um robô ajudante, ela teve uma ideia. — Lelé,...